Serra com história e festividades





A LENDA DO ARCO DA MEMÓRIA







    Reza a história que D. Afonso Henriques que era o Rei de Portugal e ia com as suas tropas para conquistar Santarém aos Mouros. Quando chegou aldeia da Arrimal já era noite e deixou lá as tropas arrumadas e o resto das tropas na aldeia do Arrabal. Estas aldeias ficam no meio da serra dos Candeeiros e que pertencem ao concelho de Porto de Mós.
     O Rei D. Afonso Henriques veio ao vertente da serra dos Candeeiros até aonde se avistasse o mar e ai rezou. Fez um pedido a São Bento e a São Bernardo que eram os santos da sua devoção: se chegasse de dia a Santarém para a conquista dos Mouros e se conseguisse ganhar a batalha, lançava dali uma lança e, onde ela fosse cair, mandava erguer um Mosteiro em louvor de S. Maria.



          
  

Chegada das tropas a Santarém de dia, e no fim duma rua encontrava-se o Rei dos Mouros com a sua filha que se encontrava a catar o seu pai e perguntou-lhe:
 - Os matos também andam?
  
 E o pai, que era o Rei dos Mouros, respondeu-lhe que não. Mas a filha tornou-lhe a fazer a mesma pergunta. E o pai respondeu-lhe novamente que não e a filha afirmou ao pai:
 - Os matos andam, andam, porque eles estão a chegar ao pé de nós!
   
   As tropas iam cobertas de mato e o Rei D. Afonso Henriques aproximou-se do Rei dos Mouros que lhe disse que a conquista não era naquela altura mas sim na época dos “figos lâmpagos”. Então o rei D. Afonso Henriques pegou numa braça de figueira do inferno com figos que levava debaixo do braço e assim fez resto da conquista aos Mouros. 
   
  Depois de conquistar Santarém aos Mouros o Rei D. Afonso Henriques veio cumprir a sua promessa de construir o Mosteiro em honra de Santa Maria, e, no fim de cumprida a sua promessa, mandou erguer o arco da Memória que ainda hoje se encontra no local aonde o Rei D. Afonso Henriques fez a promessa e lançou a lança que se situa no vertente da serra dos candeeiros
    A lança que o Rei D. Afonso Henriques mandou foi cair em Chiqueda nos olhos de água. No entanto, os monges queriam que o Mosteiro fosse construído em Alcobaça e, durante a noite mudaram as linhas de Chiqueda para o sítio onde ele está construído e tem o nome de Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, em honra de São Bernardo.
    
  Diz a lenda que o nome dos Moleanos vem da pedra que foi para a construção do Mosteiro de    Santa Maria de Alcobaça por a pedra ser mole, 

Autor
Isabel Paulino




A padeira de Aljubarrota



      


Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota, foi uma figura lendária de heroína portuguesa, cujo nome anda associado à vitória dos portugueses, contra as forças castelhanas, na batalha de Aljubarrota (1385). Com a sua pá de padeira, teria morto sete castelhanos que encontrara escondidos num forno.




























Monumento a Padeira de Ajubarrota





 A lenda:         
               
   Brites de Almeida não foi uma mulher vulgar. A lenda conta que desde pequena, Brites se revelou uma mulher corpulenta, feia, grande, com os cabelos crespos e muito, muito forte. Estaria então talhada para ser uma mulher destemida, valente e, de certo modo, desordeira.
Não se enquadrava nos típicos padrões femininos e tinha um comportamento masculino, o que se reflectiu nas profissões que teve ao longo da vida. Nasceu em Faro em 1350, de família pobre, humilde e em criança preferia mais vagabundear e andar à pancada que ajudar os pais na taberna de donde estes tiravam o sustento diário.
Teria seis dedos em cada mão, o que teria alegrado os pais, pois julgaram ter em casa uma futura mulher muito trabalhadora. Contudo, isso não teria sucedido, sendo que Brites teria amargurado a vida dos seus progenitores, que faleceriam precocemente. Aos 20 anos ela estaria já órfã, facto que se diz não a ter afligido muito.

Vendeu os poucos haveres que possuía, resolvendo levar uma vida errante, negociando de feira em feira, convivendo com todo o tipo de gente. Aprendeu a manejar a espada e o pau com tal mestria que depressa alcançou fama de valente. Apesar da sua temível reputação houve um soldado que, encantado com as suas proezas, a procurou e lhe propôs casamento. Ela, que não estava interessada em perder a sua independência, impôs-lhe a condição de lutarem antes do casamento. Como resultado, o soldado ficou ferido de morte e Brites fugiu de barco para Castela (Espanha) com medo da justiça. Mas o destino quis que o barco fosse capturado por piratas mouros (argelinos) e Brites foi vendida como escrava a um senhor poderoso da Mauritânia.
Com a ajuda de dois outros escravos portugueses conseguiu fugir para Portugal numa embarcação que, apanhada por uma tempestade, veio dar à praia da Ericeira.
Procurada ainda pela justiça, Brites cortou os cabelos, disfarçou-se de homem e tornou-se almocreve. Um dia, cansada daquela vida, aceitou o trabalho de padeira em Aljubarrota e casou-se com um honesto lavrador..., provavelmente tão forte quanto ela.  Acabaria, dona de uma padaria e tomaria um rumo mais honesto de vida. Encontrar-se-ia nesta vila quando se deu a batalha entre portugueses e castelhanos.






  O dia 14 de Agosto de 1385 amanheceu com os primeiros clamores da batalha de Aljubarrota e Brites não conseguiu resistir ao apelo da sua natureza. Pegou na primeira arma que achou e juntou-se ao exército português que naquele dia derrotou o invasor castelhano. Derrotados os castelhanos, sete deles fugiram do campo da batalha para se albergarem nas redondezas. Encontraram abrigo na casa de Brites, que estava vazia. Quando Brites voltou, tendo encontrado a porta fechada, logo desconfiou da presença de inimigos e entrou alvoroçada à procura de castelhanos.


Teria encontrado os sete homens dentro do seu forno, escondidos. Intimando-os a sair e a renderem-se, e vendo que eles não respondiam pois fingiam dormir ou não entender, bateu-lhes com a sua pá, matando-os. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituído uma espécie de milícia que perseguia os fugitivos castelhanos que ainda se escondiam pelas redondezas, matando-os sem dó nem piedade.
Conta a história que Brites acabou os seus dias em paz junto do seu lavrador mas a memória dos seus feitos heróicos ficou para sempre como símbolo da independência de Portugal. A pá foi religiosamente guardada como estandarte de Aljubarrota por muitos séculos, fazendo parte da procissão do 14 de Agosto.

Os historiadores possuem em linha de conta que Brites de Almeida se trata de uma lenda mas, assim mesmo, é inegável que a história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária portuguesa, uma heroína celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais.




A homenagem à Padeira:      

Todos os anos é organizado a Feira Medieval de Aljubarrota. Trata-se de um evento organizado pela Câmara Municipal de Alcobaça e das juntas de Freguesia de Prazeres e São Vicente de Aljubarrota.


ALJUBARROTA MEDIEVAL é um evento feito para comemorar a Batalha de Aljubarrota comO evento tem duração de quatro dias de recriação da época Medieval.

 
                                   Feira Medieval em Aljubarrota
Pelas ruas estreitas e empedradas da vila vão acampar artesãos, doceiros, músicos, feiticeiras e cartomantes. Nesta recriação histórica não faltam indumentárias e cenários apropriados, tavernas com deliciosas refeições, animação musical, jogos épicos, acampamento militar, rábulas teatrais, ceia medieval, entre muitas outras actividades. Ainda os petiscos e o ‘pão da padeira’, Brites de Almeida – mais conhecida por ‘Padeira de Aljubarrota’.
Feira Medieval com artífices; feiticeiras e cartomantes; mouraria; armas de madeira, grinaldas, cerâmica, tecelagem, bordados, calçado, pão da padeira, mel, licores, compotas, produtos hortícolas, fogaças e muito mais!


 Com entrada livre, a feira medieval  conta diariamente com actividades para crianças, um carrossel medieval, tavernas, um acampamento militar com mostra de armas, xadrez medieval, rábulas teatrais e muita animação com músicos, malabaristas e dançarinos.
Ao longo dos quatro dias de recriação é ainda possível visitar as tendas vivas com sessões de informação sobre usos e costumes medievais.

A feira é inaugurada no primeiro dia, com uma guarda de honra e parada real com homens de armas. À noite, há uma demonstração de tácticas de combate na Batalha de Aljubarrota no Largo de N. Sra. de Prazeres e duas horas mais tarde realiza-se a arruada de encerramento (que se repete às 24.00h dos quatro dias em que decorre o evento).
No segundo dia  o contratenor Luís Peças junta-se ao harpista João Carlos Soares para um concerto na Igreja de N. Sra. de Prazeres, marcado para as 21.00h. Uma hora depois tem início o torneio a pé com espectáculo de fogo.

         No terceiro dia decorrem as habituais homenagens a D. Nuno Álvares Pereira e Brites de Almeida, com guarda de honra e deposição de coroa de flores, junto da estátua de cada um, às 18h30.
Às 20.00h tem início a Ceia Medieval na Sala Nobre da Paróquia de Aljubarrota, no Largo de S. Vicente. As inscrições custam 25 euros por pessoa e devem ser feitas até ao dia 11 para o telefone 262 580857. Meia hora mais tarde tem início o II Torneio Nocturno Aberto de Xadrez.



TODOS OS DIAS:
- Tavernas com Refeições Medievais
- Animação com Músicos e Malabaristas
- Acampamento Militar com Mostra de Armas (espaço vivo com homens-de-armas, vida militar, actividades civis da época, mostra e explicação de armas utilizadas, indumentária e equipamento de combate), Largo de N. Sra. Prazeres
- Jogos Medievais (inscrição 0,50€)
- Actividades infantis - Lg. de N. Sra. Prazeres
- Carrossel Medieval - Lg. de N. Sra. Prazeres
- Tendas Vivas com sessões de informação sobre usos e costumes medievais - 16h00 e 18h00 - Acampamento Militar
- Xadrez Medieval - Largo Brites de Almeida
- Rábulas Teatrais-  Personagens da época
- Dança do Ventre na Mouraria - Lg. Brites de Almeida

PROGRAMA 2010
QUINTA-FEIRA, 12 AGOSTO
16h00: Abertura Solene da Feira com Guarda de Honra e Parada Real com os peões e homens de armas
22h00: Demonstração de tácticas de combate na Batalha de Aljubarrota, Largo N. Sra. dos Prazeres
24h00: Arruada de encerramento


SEXTA-FEIRA, 13 AGOSTO
12h00:
Abertura da Feira com Cortejo
21h00: Concerto Luís Peças (contra-tenor) e João Carlos Soares (harpa e voz) na Igreja de N. Sra. dos Prazeres
22h00: Torneio a Pé com Espectáculo de Fogo, Largo N. Sra. dos Prazeres
24h00: Arruada de encerramento


SÁBADO, 14 AGOSTO

12h00: Abertura da Feira com Cortejo
18h30: Homenagem a D. Nuno Álvares Pereira e Brites de Almeida com Guarda de Honra e deposição de Coroa de Flores, junto das respectivas estátuas
20h00: CEIA MEDIEVAL (inscrição €25, tel. 262 580 857 até dia 11/08), na Sala Nobre da Paróquia de Aljubarrota, Largo de S. Vicente
20h30: II Torneio Nocturno Aberto de Xadrez
24h00: Arruada de encerramento


DOMINGO, 15 AGOSTO
11h15:
Solenidade da Assunção de N.ª Senhora com Eucaristia na Igreja de Prazeres
12h00: Abertura da Feira com Cortejo
15h00: III Torneio Aberto de Xadrez Medieval
18h30: Encenação de Casamento Medieval na Igreja de N. Sra. de Prazeres
22h00: Espectáculo de Dança do Ventre na Mouraria
24h00: Encerramento Solene da Feira com Guarda de Honra












 
Autor


Fátima, Fernanda